Tratamentos mais indicados para Bronquiolite em bebês e crianças pequenas
Postado em: 14/04/2025
A Bronquiolite é uma infecção respiratória comum em bebês e crianças pequenas, geralmente causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Ela provoca inflamação e acúmulo de secreção nos bronquíolos, pequenas vias aéreas dos pulmões, dificultando a respiração. Embora muitos casos sejam leves e possam ser tratados em casa, alguns exigem cuidados médicos mais intensivos, especialmente em bebês menores de seis meses.

Como a Bronquiolite afeta a respiração da criança?
Nos primeiros dias da infecção, os sintomas podem ser semelhantes a um resfriado comum, incluindo coriza, febre baixa e tosse leve. No entanto, conforme a doença avança, a inflamação dos bronquíolos dificulta a passagem do ar, resultando em sintomas como chiado no peito, tosse intensa e respiração acelerada.
O muco acumulado nos pulmões pode piorar a oxigenação do organismo, fazendo com que a criança apresente sinais de esforço respiratório, como retração das costelas ao inspirar e coloração arroxeada nos lábios e extremidades. Esses sinais indicam que o bebê pode precisar de atendimento médico imediato, especialmente se houver dificuldade para mamar ou se alimentar.
Medidas de suporte para tratamento da Bronquiolite
A maioria dos casos de bronquiolite pode ser tratada em casa, com medidas simples que ajudam a aliviar os sintomas e a manter a criança confortável. A hidratação é um dos fatores mais importantes no tratamento, pois o acúmulo de secreção pode ser amenizado com uma boa ingestão de líquidos. Bebês amamentados devem continuar recebendo leite materno normalmente, pois ele contribui para fortalecer a imunidade e facilita a recuperação.
A lavagem nasal frequente também é fundamental para ajudar a eliminar as secreções acumuladas e melhorar a respiração. O uso de soro fisiológico pode ser feito várias vezes ao dia, especialmente antes das mamadas e do sono, para evitar que o nariz entupido dificulte a alimentação e o descanso do bebê.
Além disso, manter o ambiente bem ventilado e umidificado pode reduzir o desconforto respiratório. Ambientes secos tendem a piorar a inflamação das vias aéreas, tornando a respiração ainda mais difícil. No entanto, é importante evitar o uso excessivo de umidificadores, pois a umidade excessiva pode favorecer a proliferação de fungos e ácaros, agravando a situação.
Uso de medicamentos na Bronquiolite: o que é indicado?
Por ser uma infecção viral, a bronquiolite não tem um tratamento específico que elimine o vírus do organismo. O uso de antibióticos só é recomendado em casos de infecção bacteriana associada, como uma pneumonia secundária.
Os broncodilatadores, que são amplamente utilizados no tratamento da asma, não têm eficácia comprovada na bronquiolite e só devem ser usados se houver indicação médica específica. Da mesma forma, os corticoides não fazem parte do tratamento padrão, pois não demonstraram benefícios na recuperação da doença.
Os antitérmicos podem ser utilizados para controle da febre e alívio do desconforto, mas devem ser administrados apenas sob orientação médica. Medicamentos para tosse também não são recomendados, pois podem dificultar a eliminação da secreção, agravando o quadro respiratório.
Quando a internação hospitalar é necessária?
Embora muitos casos possam ser tratados em casa, algumas crianças apresentam um quadro mais grave e precisam de suporte hospitalar. A internação pode ser necessária quando há dificuldade respiratória intensa, baixa oxigenação do sangue, desidratação ou impossibilidade de alimentação devido ao cansaço extremo.
Nos casos mais graves, pode ser necessário o uso de oxigenoterapia para garantir uma boa oxigenação do organismo. A administração de oxigênio pode ser feita por cateter nasal ou máscara, dependendo da necessidade da criança.
Bebês prematuros, crianças com doenças pulmonares pré-existentes ou problemas cardíacos têm um risco maior de complicações e devem ser monitorados com mais atenção. Nesses casos, a hospitalização pode ser necessária mesmo em quadros menos severos, para evitar o agravamento da infecção.
A recuperação da Bronquiolite e os cuidados pós-doença
A recuperação da “bronquiolite” pode levar de 7 a 14 dias, dependendo da gravidade do quadro. Em muitos casos, a tosse pode persistir por algumas semanas após a melhora dos demais sintomas, o que é normal e não significa que a criança ainda esteja doente.
Após um episódio de bronquiolite, é comum que a criança apresente maior sensibilidade respiratória por algum tempo. Isso significa que infecções futuras podem desencadear sintomas respiratórios semelhantes, como chiado no peito e tosse persistente. Em alguns casos, crianças que tiveram episódios recorrentes de bronquiolite podem desenvolver sintomas compatíveis com asma infantil, exigindo um acompanhamento mais próximo com o pneumologista pediátrico.
Evitar a exposição a fatores irritantes, como fumaça de cigarro, poeira e poluição, ajuda a reduzir o risco de novas infecções respiratórias. O acompanhamento médico é essencial para avaliar se houve alguma sequela pulmonar e para garantir que a criança tenha um desenvolvimento respiratório saudável.
Vamos conversar?
O tratamento da BRONQUIOLITE em bebês e crianças pequenas é baseado no alívio dos sintomas e no suporte respiratório adequado. Hidratação, lavagem nasal e um ambiente adequado são medidas essenciais para uma recuperação segura. Nos casos mais graves, o suporte hospitalar pode ser necessário para garantir que a criança receba oxigenação e cuidados adequados.
A Dra. Aline Amoras, pneumologista pediátrica, tem ampla experiência no diagnóstico e tratamento de doenças respiratórias infantis, incluindo Bronquiolite. Seu trabalho visa garantir um acompanhamento completo e seguro para cada paciente, proporcionando orientações precisas para evitar complicações e garantir uma recuperação tranquila.
Dra. Aline Amoras
Pediatra e Pneumologista Pediátrica
CRM 220125
RQE 93070/ 930701