Bronquiolite Infantil: Sinais de Alerta que Exigem Avaliação Médica

A Bronquiolite é uma infecção respiratória que afeta principalmente crianças menores de dois anos, sendo mais comum nos meses de outono e inverno. 

Causada, na maioria das vezes, pelo vírus sincicial respiratório (VSR), ela provoca inflamação nos bronquíolos — pequenas vias aéreas dos pulmões — dificultando a respiração e gerando sintomas que podem preocupar pais e cuidadores.

É fundamental saber reconhecer os sinais de alerta que indicam a necessidade de uma avaliação médica imediata ou até internação hospitalar. A seguir, confira mais detalhes!

O que é a bronquiolite e como ela se manifesta?

A “Bronquiolite” é diferente de outras infecções respiratórias como gripes ou resfriados, pois atinge as vias aéreas inferiores e pode comprometer a oxigenação do organismo. 

Embora possa afetar crianças de qualquer idade, os bebês com menos de seis meses e os prematuros são os mais vulneráveis.

Os primeiros sintomas costumam ser parecidos com os de um resfriado comum, como:

• Coriza;
• Espirros;
• Tosse leve;
• Febre baixa;
• Diminuição do apetite.

Com a progressão da doença, geralmente após dois a três dias, a criança pode desenvolver sintomas mais intensos, como:

• Tosse persistente com chiado no peito;
• Respiração rápida ou ruidosa;
• Irritabilidade;
• Dificuldade para mamar ou se alimentar;
• Sono agitado ou inquieto.

Mesmo quando o quadro parece leve, é importante observar com atenção a evolução dos sintomas, pois a bronquiolite pode se agravar rapidamente, especialmente nos bebês menores.

Sinais de alerta que indicam necessidade de avaliação imediata

Saber identificar os sinais que indicam gravidade é essencial para agir rapidamente e garantir a segurança da criança. 

Alguns sintomas exigem atenção imediata, pois podem indicar dificuldade respiratória importante e risco de complicações.

Procure atendimento médico imediato se a criança apresentar um ou mais dos sintomas como:

• Respiração muito acelerada;
• Retrações na respiração (afundamento da pele entre as costelas, abaixo das costelas ou na clavícula);
• Chiado intenso ou ruídos ao respirar;
• Lábios, pontas dos dedos ou outras extremidades arroxeadas/azuladas (sinal de baixa oxigenação);
• Sonolência excessiva ou dificuldade para acordar;
• Recusa alimentar persistente, mesmo após tentativas;
• Febre alta persistente ou de difícil controle;
• Vômitos repetidos, que impedem a hidratação.

Esses sinais indicam que o pulmão não está conseguindo realizar adequadamente as trocas gasosas, o que pode levar à queda nos níveis de oxigênio no sangue — uma condição que exige intervenção médica imediata.

Qual o papel do pneumologista pediátrico na bronquiolite?

Em casos de sintomas graves que pedem atendimento imediato, pode ser que o primeiro profissional a atender a criança não seja um pneumologista. 

Nesse primeiro atendimento são tomadas medidas emergenciais para controlar tais sintomas, mas depois pode ser importante procurar o especialista em pneumologia pediátrica.

O pneumologista pode ser envolvido em casos mais complexos, como, por exemplo, de crianças com:

• Crises recorrentes de bronquiolite;
• Histórico de internações por doenças respiratórias;
• Prematuridade ou doenças cardíacas e pulmonares associadas;
• Suspeita de asma ou outras condições crônicas das vias aéreas.

O tratamento da bronquiolite é, na maioria dos casos, de suporte, e antibióticos não são indicados, já que a infecção é viral. 

Internações são reservadas para situações em que há queda de saturação, desidratação ou dificuldade respiratória importante.

O acompanhamento próximo e a orientação clara dos profissionais são fundamentais para tranquilizar a família e evitar condutas desnecessárias, como uso indiscriminado de medicamentos ou nebulizações sem indicação.

A bronquiolite é uma condição que pede atenção dos pais e cuidadores, mas é possível gerenciá-la para garantir a saúde, bem-estar e segurança dos pequenos.

Se seu filho apresenta crises recorrentes de bronquiolite ou outras motivações para o atendimento com um pneumologista, não deixe de marcar uma consulta! Vamos juntos assegurar a saúde respiratória infantil!

Aline Amoras

Pediatra e Pneumologista Pediátrica

CRM: 220125 | RQE: 93070 | 930701

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